6 de novembro de 2023
O Fórum Desafios para o Desenvolvimento de São Paulo, promovido pela Rádio Bandeirantes, reuniu na segunda-feira (6/11) um grupo de especialistas, autoridades e entidades ligadas ao setor da construção e incorporação imobiliária no Teatro Itália, localizado no centro da capital paulista. O encontro teve como principal destaque a discussão sobre a revisão do zoneamento da cidade, atualmente em análise na Câmara dos Vereadores.
Na sessão de abertura do fórum, o secretário de Urbanismo e Licenciamento da Prefeitura de São Paulo, José Armênio de Brito Cruz, representando o prefeito Ricardo Nunes, enfatizou que a proposta da Lei de Zoneamento da Administração Municipal busca alinhar-se ao Plano Diretor e promover a ampliação das áreas designadas como eixos, estabelecendo diretrizes para as áreas de influência. “Zoneamento não é simplesmente pintar o papel, mas sim de uma cidade real, que vai abrir oportunidades para as pessoas, respeitando o meio ambiente, a cultura e a vida na cidade”, afirmou.
O primeiro painel do evento concentrou-se na discussão em torno do zoneamento urbano da cidade e contou com a participação de Fabrício Cobra, secretário da Casa Civil da Prefeitura de São Paulo e coordenador do Comitê Todos Pelo Centro; Cláudio Bernardes, vice-presidente do Secovi-SP; e José Police Neto, coordenador do Núcleo da Habitação e Real Estate do Insper.
Fabrício Cobra destacou que a proposta em questão prevê que as pessoas morem mais próximo às principais vias de acesso ao trabalho e, com isso, “buscar desenvolver a cidade de forma mais uniforme.”
Cláudio Bernardes mencionou que cerca de 70% dos edifícios em São Paulo são residenciais, enquanto uma média muito utilizada em outras grandes cidades prevê uma proporção de 75%, o que seria um indicativo importante de que há espaço para construção na capital paulista. Ele enfatizou também a necessidade de 750 mil unidades habitacionais na cidade e a importância de direcionar esse crescimento para áreas com infraestrutura física e social mais robusta, a fim de promover um adensamento mais eficiente.
José Police Neto ressaltou, ainda, a importância de atrelar o maior adensamento próximo dos grandes eixos ao desestimulo do modelo de cidade dependente de automóveis. Ele argumentou que as famílias gastam mais com transporte do que com alimentação atualmente e que o adensamento dos eixos requer que a sociedade abandone gradativamente essa dependência do carro.
O segundo painel, que explorou o papel do centro no crescimento de São Paulo, contou com a participação de Vladimir Iszlaji, diretor de Desenvolvimento Urbano da ABRAINC; Rubinho Nunes, vereador e presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara de São Paulo; Antônio Carlos Pela, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP); e Wilson Levi, advogado e diretor do programa de mestrado/doutorado em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da UNINOVE.
Vladimir Iszlaji explicou que o adensamento nas áreas com infraestrutura é uma aspiração importante para as cidades, com benefícios como melhoria na acessibilidade, redução de custos para o poder público e para a população, e a promoção de oportunidades de emprego e qualidade de vida. “Um dado que começa a aparecer em vários estudos também faz menção ao fato de que cidades mais compactas emitem menos carbono e gases de efeito estufa, contribuindo para uma eficiência climática importante", acrescentou Iszlaji durante a fala.
Ao encerrar o evento, o vereador Rodrigo Goulart, relator do projeto de revisão do Zoneamento de São Paulo, destacou que a produção de Habitação de Interesse Social (HIS) também será parte integrante das discussões em torno da Lei. Confira a íntegra do Fórum abaixo:
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