Agosto 2020

Apesar da queda nos lançamentos, incorporação encerra segundo trimestre com aumento nas vendas

Período foi marcado pelo aumento de 10,5% nas unidades comercializadas e de 9,0% nas vendas líquidas*, contrastando com o recuo de 33,4% nas unidades lançadas

De acordo com informações fornecidas por empresas associadas à Abrainc, os lançamentos de imóveis somaram 12.577 unidades em junho de 2020 (queda de 22,8% em relação a junho de 2019), colaborando para um total de 17.912 imóveis lançamentos no segundo trimestre de 2020 – resultado que representa uma queda de 33,4% em relação ao mesmo período de 2019. No horizonte dos últimos 12 meses, o número de unidades lançadas totalizou 102.542, indicando um declínio de 1,9% frente ao somatório dos 12 meses precedentes.

Em relação às vendas do setor, o resultado é distinto. No último mês disponível, foram comercializadas 12.707 unidades pelas incorporadoras (alta de 25% em relação a junho de 2019), enquanto no segundo trimestre o desempenho envolveu 31.627 imóveis – volume que corresponde a uma elevação de 10,5% nas vendas em relação ao segundo trimestre de 2019. No acumulado em 12 meses, as 120.599 unidades comercializadas pela incorporação equivaleram a um aumento de 4,6% em relação ao volume lançado nos 12 meses anteriores.

Acompanhando o desempenho das vendas, outro resultado importante do período envolveu as vendas líquidas**, que cresceram 19,3% no último mês, 9,0% no segundo trimestre, e 9,2% nos últimos 12 meses. Tais resultados evidenciam que a comercialização de novas unidades foi relativamente menos afetada, em geral, que os lançamentos no horizonte temporal recente.

Além do desempenho contrastante de lançamentos e vendas, outros indicadores relevantes do segundo trimestre envolvem o recuo de 18,2% no número de unidades entregues, a ligeira elevação da relação distratos-vendas em 1,2 ponto percentual e o aumento de 15,3% da oferta média de unidades. Tais resultados, em conjunto, devem ser interpretados à luz da severidade da crise que afetou a economia brasileira, marcada, em um primeiro momento, pelo avanço da pandemia da Covid-19, pela imposição de medidas de distanciamentos social e de regras restritivas sobre atividades consideradas não essenciais; e, em um segundo momento, pelo relaxamento progressivo das restrições e reabertura das economias locais.

Como já relatado em informes anteriores, os impactos da pandemia foram sentidos de forma distinta tanto entre diferentes atividades relacionadas ao mercado imobiliário (a exemplo da interrupção de ações relacionadas aos novos lançamentos, como montagem de stands de vendas, face à manutenção das obras de empreendimentos em fase de construção) quanto entre praças/regiões geográficas (regras mais rígidas nas capitais e grandes centros urbanos e capitais e menos restritivas no interior e em cidades de menor porte). Essa heterogeneidade explica não só o contraste entre os resultados entre lançamentos e vendas, mas também o desempenho diferencial entre os segmentos de Médio e Alto Padrão (MAP) e Minha Casa Minha Vida (MCMV): enquanto o primeiro registrou queda de 76,3% nos lançamentos e de 32,4% nas vendas durante o segundo trimestre (em comparação ao mesmo período de 2019), o segundo apresentou queda menos expressiva (-20,3%) e um aumento de 32,4% nas vendas no acumulado entre abril e junho de 2020. Tendo em vista a representatividade majoritária de imóveis classificados como MCMV no âmbito dos indicadores Abrainc-Fipe, conclui-se que o resultado global foi amenizado pelo desempenho desses empreendimentos em praças nas quais as atividades de vendas puderam aproveitar a oferta e as estruturas disponíveis, bem como contexto macro favorável (queda nas taxas de juros, aumento na oferta de crédito).

Nota: (*) as informações do Programa Minha Casa Minha Vida contemplam apenas empreendimentos da Faixa 2 e Faixa 3. (**) As vendas líquidas correspondem ao volume de vendas excluindo-se as unidades distratadas no mesmo período.

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