8 de maio de 2025
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) vê com preocupação a decisão anunciada nesta quarta-feira (07/5) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, alcançando o patamar de 14,75% ao ano. É fundamental que o ciclo de altas na Selic tenha um fim o quanto antes, para não comprometer o crescimento econômico e a geração de empregos.
Embora compreenda que a medida tem como objetivo o controle da inflação, a ABRAINC reforça que o atual nível da Selic intensifica os desafios enfrentados pela economia brasileira. Juros elevados restringem o acesso ao crédito, inibem investimentos produtivos e ampliam o custo da dívida para empresas e famílias — afetando diretamente o consumo, a geração de empregos e o crescimento econômico. Atualmente, o Brasil já possui o 4º maior juro real do mundo.
Estudos do próprio Banco Central indicam que uma elevação de 1 ponto percentual na Selic pode aumentar a dívida pública bruta em mais de R$ 50 bilhões por ano. A alta dos juros tem efeito em cascata: encarece o crédito, desestimula o consumo, reduz a competitividade do setor produtivo e contribui para o fechamento de empresas e postos de trabalho. Ao tornar o crédito imobiliário mais caro, também compromete o acesso à moradia para milhares de famílias brasileiras.
Esse cenário de juros elevados já apresenta reflexos concretos preocupantes. Os pedidos de recuperação judicial seguem em níveis altos em 2025, após um recorde em 2024. Em janeiro, foram registradas 162 solicitações de recuperação judicial de empresas — o maior número para o mês desde 2005 — representando um aumento de 8,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. No bimestre, mesmo com uma queda em fevereiro, o volume segue acima da média mensal de 2023.
A ABRAINC defende um controle efetivo dos gastos públicos como caminho para possibilitar a redução sustentável dos juros no médio e longo prazo. Somente com responsabilidade fiscal será possível destravar investimentos perenes, estimular a atividade produtiva e criar um ambiente favorável ao crescimento econômico sustentável — com mais emprego e renda para a população.
Redação ABRAINC
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