18 de fevereiro de 2021
O ano de 2020 se foi, mas ele ainda deixa para 2021 medos, incertezas, e o distanciamento social. Tudo isso, consequência da crise sanitária que assola todo o mundo. É cedo para dizer, mas os efeitos da pandemia vão além e atinge não só os que se deparam com o novo coronavírus. De acordo com o Google, buscas por temas relacionadas a transtornos mentais na internet aumentaram 98% em 2020. Entre as perguntas mais feitas no buscador, estão "como lidar com ansiedade" e "como lidar com a depressão".
Atentos a estes dados, diversas empresas vêm desenvolvendo ações e projetos com o objetivo de ajudar seus colaboradores a cuidarem não só do corpo, mas da mente. A MRV, maior construtora da América Latina, relançou em agosto de 2020 o 'Sua Mente'. Segundo a Gestora Executiva de Desenvolvimento Humano da MRV, Teresa Raquel de Rabelo Campos, o projeto, que conta com parceria da TEG Saúde, tem o objetivo de possibilitar aos mais de 6.000 colaboradores administrativos da empresa o atendimento on-line e sem custo com psicólogos e psiquiatras.
É preciso falar sobre e cuidar da saúde mental, o assunto não pode ser tabu. Hoje, mais de 9% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade. Outros 5,8% da população têm depressão. "Nós da MRV acreditamos que o maior bem que temos são as pessoas. Para que os negócios e os processos da empresa estejam bem é necessário que os colaboradores também estejam", fala Teresa Raquel.
O programa 'Sua Mente' já existia e faz parte do Ser MRV, pacote de ações e programas voltados para o bem-estar e desenvolvimento do colaborador da empresa, há pouco mais de 2 anos. A construtora, atenta a possíveis fragilidades que a pandemia poderia acarretar, relançou em um formato sem custos para o colaborador.
"O novo coronavírus chegou ao País de forma brusca e causando inúmeras mudanças e o isolamento das pessoas. Identificamos que esse poderia ser o gatilho para inúmeros transtornos psicológicos, como crises de ansiedade. Por isso, resolvemos relançar o 'Sua Mente' reformulado para nosso time. Estamos tendo um número significativo de atendimentos e a certeza que nossos colaboradores estão sendo amparados", diz a gestora. Além das consultas, palestras virtuais sobre temáticas relevantes da Saúde Mental também vem sendo realizadas.
Pandemia deixou sequelas no emocional
O aumento da distância entre funcionários e empregadores após a pandemia trouxe impacto em todos os setores. Uma nova pesquisa da Kaspersky mostra que os colaboradores brasileiros precisam de menos apoio dos superiores ao trabalhar remotamente, mas necessitam suporte emocional ou psicológico.
Realizada em conjunto com a consultoria Censuswide, a pesquisa mostrou que a maior lacuna está em benefícios adicionais, como o pagamento de contas de internet ou telefone. Entre os participantes brasileiros, 43% dos que trabalham em microempresas (menos de 50 funcionários) gostariam de ter mais apoio nessa questão. Nas médias (de 50 a 100 funcionários) e grandes corporações (acima de 100 funcionários), esta porcentagem é similar: 44% e 47% respectivamente.
Curiosamente, quem trabalha em microempresas reclama menos sobre a necessidade de maior flexibilidade no trabalho e mais suporte técnico.
Uma das hipóteses dos autores é que quem trabalha em microempresas está mais acostumado com o uso de dispositivos pessoais no ambiente de trabalho e cuidam do acesso aos serviços. Já médias e grandes organizações contam com políticas que, na mudança para o home office, tiveram que ser adequadas para a nova realidade.
Outro dado importante está relacionado com o impacto da Covid-19 na ansiedade em relação à própria saúde e a das pessoas próximas. Nesse sentido, o apoio emocional ou psicológico se mostrou necessário quase na mesma proporção para todas as empresas: 28% nas micro e médias e 34% nas grandes.
"As mudanças geradas pelo isolamento social ainda nos afetarão por muito tempo e de diferentes formas. Por isso é importante realizar um acompanhamento constante e avaliar todas as áreas do negócio. Logo no início, muito foi dito sobre o uso de equipamentos pessoais no ambiente de trabalho e os problemas de segurança. Já no segundo semestre, destacamos a migração do cibercrime para ataques de ransomware direcionados e agora destacamos um aspecto mais humano: a necessidades sociais e emocionais dos colaboradores. Todas as áreas são importantes para manter a produtividade e a motivação das pessoas que trabalham conosco", afirma o gerente-executivo da Kaspersky no Brasil, Roberto Rebouças.
Para facilitar as condições de home office para os colaboradores, a Kaspersky recomenda:
Comunicação aberta e honesta com os funcionários, pois eles buscam em seus gerentes sinais sobre como reagir a situações de crise. Organize sessões como "Podem perguntar qualquer coisa" com a presença da alta administração da empresa. Isso permitirá falar com os colaboradores sobre como a empresa continuará trabalhando na nova situação.
Realize pesquisas para entender o estado emocional dos colaboradores, suas demandas de trabalho, se eles têm tudo o que precisam para trabalhar remotamente e se estão seguros em relação aos processos empresariais. Isso proporciona um entendimento melhor sobre circunstâncias específicas vivenciadas pelas pessoas e ajuda os líderes a tomar decisões mais ponderadas.
Ajude os funcionários a administrar a sobrecarga de informações e a sensação de estarem oprimidos nesse período de incerteza. Mantenha suas equipes informadas dos fatos e da situação atual, e também sobre como ficar seguras e saudáveis.
Crie canais de comunicação on-line com os departamentos de RH e a TI, para que todos possam resolver problemas facilmente. Forneça orientações para que todos os funcionários consigam habilitar o trabalho remoto e usar determinados softwares. Isso pode ser feito por meio de webinars ou chamadas em grupo.
Instrua os funcionários para que adotem práticas básicas de segurança ao trabalhar remotamente - por exemplo, como evitar ser vítimas de phishing por e-mail ou pela web, ou como gerenciar contas e senhas.
Adote uma solução de segurança baseada em nuvem. Até as pequenas empresas devem se proteger de ciberameaças, independentemente de seus colaboradores trabalharem com dispositivos corporativos ou pessoais.
Intitulada 'Proteção do futuro do trabalho', a pesquisa entrevistou 8.076 funcionários de empresas de pequeno e médio porte (10-250 funcionários) em 18 países: África do Sul, Alemanha, Brasil, Bélgica, China, Emirados Árabes Unidos, Espanha, EUA, França, Itália, Japão, Luxemburgo, Malásia, México, Países Baixos, Rússia, Turquia e Reino Unido. As entrevistas foram conduzidas em outubro de 2020.
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